Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.
Quando penso que condicionamos nossa gratidão ao fato de Deus nos dar o que buscamos, corremos o sério risco de vivermos com uma certa frustração!
Nesta passagem bíblica, o profeta Habacuque começa a descrever o seu contentamento em Deus.
Imagino o cenário:
Figueira sem flor
Videira sem uva
Oliveira sem azeitona
Campos sem nenhum mantimento
Ovelhas tiradas à força da malhada
Curral sem nenhum gado.
Sem beleza das flores, sem nada para beber, sem azeitonas para dar óleo, sem nenhum mantimento nos campos, sem lã das ovelhas, sem gado para o transporte e para alimento.
Cenário de total precariedade material.
Ainda assim, o profeta nos lembra que há uma alegria transbordante em Deus, que não pode ser substituída por nada!
Não é temporal, não é circunstancial. É plena e completa!
É calma em meio às tempestades!
É refrigério em tempos de total seca!
É o olhar do salmista quando diz: Olho para os montes, de onde me virá o socorro? O meu socorro vêm do Senhor que fez os céus e a terra. Salmos 121
O mesmo contentamento que o apóstolo Paulo cita:
Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece
Faço uma reflexão de minha vida neste dia e me pergunto: Como anda meu contentamento em Deus? Como anda minha confiança para entender que a figueira pode até ficar um tempo sem flores, mas no momento certo, haverá um campo florido e regado com a chuva serôdia do Senhor?
Ainda que momentaneamente não haja beleza nos campos, ainda assim, o grande agricultor continua regando a terra, tirando os espinhos, preparando o solo para que cresçam frutos fortes e futuramente realizar uma grande colheita!
O meu esconderijo continua sendo em Deus que não nos desampara em só instante.
Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.
Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.
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