Toda vez que me estou atribulada com a rotina, me pego cantarolando essa música:
" Eu queria ter na vida simplesmente, um lugar de mato verde.... ter uma casinha branca de varanda com quintal e uma janela, para ver o sol nascer. "Sinceramente, pouquíssimas vezes me lembro do restante da letra.
Talvez seja a alma pedindo um pouco mais de calma, em dias de lutas, de correria, de excesso de nada e carente de muita coisa.
Nunca pesquisei sobre o momento do compositor, mas me permito imaginar que seja escrito após uma sobrecarga de trabalho.
Acredito que talvez seja um grito interior pedindo a simplicidade, o necessário, não a agonia frenética da ocupação desmedida.
Não imagino a vida na "casinha branca", pois de trabalho também se faz nossa alegria; da criação, do cansaço por vezes necessário; mas vez ou outra precisamos procurar nossa casinha.
Ter essa consciência não é fraqueza, mas coragem, certeza de que após o descanso em "pastos verdejantes" as coisas ficam mais reais, mais simples e menos sufocantes.
Na varanda da casinha branca conseguimos tomar decisões importantes sem o aperto da pressão cotidiana. Conseguimos nos avaliar, nos observar, observar o próximo, valorizar as qualidades alheias, permitindo conversas menos sérias.
Somente ali cantamos sem medo de errar a letra, brincamos com a criança, conversamos com os idosos, visitamos as praças, tomamos sorvetes sem nos preocuparmos com o horário de dormir, de acordar.
Que bom é passar um tempinho assim... a vida não é feita apenas de bits, bytes, crachás, indicadores e tantas coisas mais que são necessárias e importantes.
Deus nos chama à simplicidade para jamais nos esquecermos de onde viemos, quem realmente somos e não nos apegarmos à ilusão do que temos e do que dizem por aí sobre nós.