domingo, 22 de janeiro de 2017

Casinha branca, nosso momento de fuga!

Toda vez que me estou atribulada com a rotina, me pego cantarolando essa música: 
" Eu queria ter na vida simplesmente, um lugar de mato verde.... ter uma casinha branca de varanda com quintal e uma janela, para ver o sol nascer. "

Sinceramente, pouquíssimas vezes me lembro do restante da letra.

Talvez seja a alma pedindo um pouco mais de calma,  em dias de lutas, de correria, de excesso de nada e carente de muita coisa.

Nunca pesquisei sobre o momento do compositor,  mas me permito imaginar que seja escrito após uma sobrecarga de trabalho.

Acredito que talvez seja um grito interior pedindo a simplicidade, o necessário,  não a agonia frenética da ocupação desmedida.

Não imagino a vida na "casinha branca", pois de trabalho também se faz nossa alegria; da criação,  do cansaço por vezes necessário; mas vez ou outra precisamos procurar nossa casinha.

Ter essa consciência não é fraqueza,  mas coragem,  certeza de que após o descanso em "pastos verdejantes" as coisas ficam mais reais, mais simples e menos sufocantes.

Na varanda da casinha branca conseguimos tomar decisões importantes sem o aperto da pressão cotidiana. Conseguimos nos avaliar,  nos observar,  observar o próximo,  valorizar as qualidades alheias, permitindo conversas menos sérias.

Somente ali cantamos sem medo de errar a letra,  brincamos com a criança, conversamos com os idosos,  visitamos as praças,  tomamos sorvetes sem nos preocuparmos com o horário de dormir,  de acordar.

Que bom é passar um tempinho assim... a vida não é feita apenas de bits, bytes, crachás,  indicadores e tantas coisas mais que são necessárias e importantes.

Deus nos chama à simplicidade para jamais nos esquecermos de onde viemos, quem realmente somos e não nos apegarmos à ilusão do que temos e do que dizem por aí sobre nós.