segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Quer matar um escritor? Roube-lhe seu tempo!

Como aniquilar um escritor!

Roube-lhe seu tempo, encha-o de afazeres, tire-lhe o sono, não permita que pare e observe os detalhes, que sinta os problemas e alegrias ao redor, que converse com as pessoas, que leia seus livros preferidos.

O escritor é alguém que sente a vida e a traduz em palavras escritas.

Sua imaginação e criatividade se desenvolvem nas horas mais improváveis, mas há a necessidade de um tempo de qualidade para interpretá-la.

Muitos escritores morrem todos os dias pela asfixia do muito o que fazer, e nenhum tempo a perder.

De repente, é apenas uma faltinha de ar, ocasionada pela grande inalação da poluição frenética da ocupação.
Pára um pouquinho, toma uma inalação de tempo, recupera as idéias, volta para a poluição... não se atenta que as lesões começam a aparecer: cansaço, apatia, indiferença... 
Talvez a indiferença seja a pior, pois quando o escritor passa a achar tudo normal e deixa de observar os detalhes, já está instalado o quadro de insuficiência respiratória da criatividade.

Se nada mais lhe chama a atenção nem para apreciar, nem para criticar; ou se até chama por um tempo, mas não consegue transcrever, é o momento de tratamento de choque:

Fugir da adrenalina, se aquietar, parar, observar, escrever, observar...

Não se faz história sem pessoas para escrevê-las, não se faz poesia sem o sentimento do poeta; não se muda o que está errado, sem a interpretação atenta de quem resolve não se conformar.

Como diria o poeta e cantor João Alexandre:  Transformar o mundo é uma questão de compromisso, é muito mais que tudo isso.

Alimente e oxigene seu escritor, não o deixe morrer!

O mundo agradece, a vida agradece, a história agradece.

O meu coração ferve com palavras boas, falo do que tenho feito no tocante ao Rei. A minha língua é a pena de um destro escritor. Salmos 45:1

domingo, 4 de setembro de 2016

Tempo para perceber!

Quem dera tivéssemos o dom de aproveitar o tempo!
Certamente falaríamos nos momentos propícios para falar; certamente calaríamos, quando as palavras se tornam desnecessárias! 

O tempo não volta, não avança antes do tempo,  ele se limita a cumprir o seu propósito: segundos,  minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos!

Cada qual com sua importância,  servindo a quem conta com ele, amedrontando a quem luta contra ele, trazendo esperança a quem o vê com bons olhos, trazendo a sentença a quem já desistiu de esperar por ele.

O tempo para a criança é o aqui, o hoje; não entende essa coisa do muito tempo.
O tempo do adulto saudável,  é a falta de tempo.
O tempo do doente no hospital, é a sobra de tempo, para quem já não pode viver o tempo.

Vivemos para morrer e morremos todos os dias sem viver.

Não queremos mais esse papo de perder tempo. Passar duas, três horas com a mesma pessoa? Nem pensar!

O relógio cruelmente mantém o seu tic-tac; pouco importando o que temos para terminar.
Ele insiste em nos lembrar que está passando,  que a beleza da flor já não se pode mais ver... Já passou...

De repente,  se desliga o tic-tac, quando havia tanta coisa ainda para se dizer, tanto amor para oferecer, tanto riso para sorrir.
De repente, tudo passou! De repente, tudo mudou!
Sim, as histórias silenciaram-se!
Neste momento,  talvez quiséssemos apenas um pouco mais de tempo!

Então nos lembremos: O dia é hoje, a hora é agora! Vamos viver o nosso tempo!
Dricka Santos
04/09/2016